Universidade Federal de São Paulo

Destaques

Categoria que apresenta as informações, notícias e iniciativas mais relevantes e prioritárias da instituição, proporcionando maior visibilidade aos temas de maior interesse público.

No Dia Mundial dos Oceanos, Unifesp destaca iniciativas voltadas à conservação marinha, à pesquisa e ao protagonismo das comunidades costeiras

Escrito por Paula Garcia
Uma imagem com a frase "Dia Mundial dos Oceanos" em português, sobre um fundo de ondas azuis.

O oceano cobre mais de 70% da superfície do planeta e é essencial para a vida na Terra, regulando o clima, abrigando grande parte da biodiversidade e sustentando milhões de pessoas. Instituído pela ONU, o Dia Mundial dos Oceanos, celebrado em 8 de junho, é um chamado global à proteção dos mares e à valorização dos saberes que deles dependem.

Nesta data, a Unifesp apresenta alguns dos projetos desenvolvidos no Instituto do Mar (IMar/Unifesp) no Campus Baixada Santista que contribuem para a conservação marinha e a justiça socioambiental, por meio da ciência, da educação e da atuação junto às comunidades. A seleção de iniciativas e a construção dos textos contaram com a colaboração direta dos(as) docentes da universidade que atuam na área.


Maré de Ciência e a Cultura Oceânica
Por Bárbara Lage Ignácio

Mãos de crianças e adultos manipulam recipientes e líquidos em uma mesa, em uma atividade de ciência.
Crianças do ensino fundamental coproduzindo conhecimentos científicos com o projeto Ciência Cidadã na Escola

Ao reconhecermos a fundamental importância do oceano para a vida na Terra, precisamos reestruturar nossa relação com esse ambiente. Colaborar para que vençamos esse desafio é compromisso do programa Maré de Ciência, uma proposta inovadora de vivência, comunicação científica e engajamento para o fortalecimento da interface entre ciência, educação, cidadania, políticas públicas e sociedade.

Um grupo de pessoas se debruça sobre uma mesa, olhando e organizando papéis coloridos.
Oficina para construção colaborativa de projetos e ações

Esse programa do Instituto do Mar está alinhado à Agenda 2030 da Unesco e à Década do Oceano da ONU. Com ações interdependentes e transdisciplinares, baseadas na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, o Maré de Ciência democratiza o conhecimento e a vivência científica, promovendo a cultura oceânica e o protagonismo social em ações locais e regionais, conectadas nacional e globalmente.

Um grupo de pessoas, algumas sorrindo, posa atrás de uma mesa em um evento formal, com documentos sendo assinados.
Assinatura do Currículo Azul, ação que coloca o Brasil como protagonista global em educação para a sustentabilidade e ação climática

Essas ações têm se consolidado em legislações e políticas públicas, impulsionando os avanços necessários para o oceano e para o futuro que precisamos e queremos.


Do Maretório à COP30: Conectando Saberes, Clima, Oceano e Biodiversidade
Por Leandra Regina Gonçalves

No ritmo das marés, das chuvas e do sol que nasce e se põe, comunidades costeiras como Jubim, no arquipélago do Marajó, seguem tecendo modos de vida profundamente conectados com a natureza. Essas comunidades, assim como tantas outras espalhadas pelo litoral brasileiro, vivem em maretórios – espaços onde mar e terra se entrelaçam e onde a natureza não é apenas fonte de sustento, mas também de identidade, cultura e memória coletiva.

Um barco pequeno com uma pessoa a bordo está em águas rasas, com árvores ao fundo sob um céu nublado.
Comunidade de Jubim. Foto: Lara Sartorio Gonçalves

O Projeto Maretórios nasce desse entendimento, reconhecendo que conservar o oceano não é apenas proteger espécies e habitats, mas também garantir os direitos e a autonomia de quem vive e depende diretamente desses ecossistemas. Em territórios como Jubim, onde as populações locais enfrentam ameaças como grandes empreendimentos, degradação ambiental e mudanças climáticas, a conservação marinha precisa ser inclusiva, construída a partir do diálogo entre ciência, saberes tradicionais e demandas comunitárias. É isso que temos feito: mapeando saberes, fortalecendo o protagonismo local e apontando caminhos para um manejo costeiro mais justo, sustentável e participativo.

Uma mesa com palestrantes de frente para uma plateia em um auditório, com uma projeção de slides no telão.
Evento No Caminho para a COP30: o oceano, a biodiversidade e o protagonismo dos saberes locais na agenda climática. Foto: Deborah Gallo

Essas lições inspiraram o encontro No Caminho para a COP30: o Oceano, a Biodiversidade e o Protagonismo dos Saberes Locais na Agenda Climática, realizado em Santos, que reuniu comunidades tradicionais, cientistas, movimentos sociais, juristas e gestores públicos para pensar juntos soluções para a crise climática. A mensagem é clara: os saberes dos territórios precisam estar no centro das decisões globais sobre o clima e o oceano. Não é possível enfrentar as múltiplas crises – perda de biodiversidade, mudanças climáticas, desigualdades sociais – sem escutar quem vive, resiste e protege esses territórios no dia a dia.


Gestão Cidadã nas Unidades de Conservação Marinhas de São Paulo
Por Fabio dos Santos Motta

Duas pessoas sorriem para a câmera em um barco, com montanhas e o oceano ao fundo.
Entrevistas com mergulhadores

O projeto Efetividade das Unidades de Conservação Marinhas de São Paulo: da Teoria ao Fortalecimento da Prática Cidadã dos Conselhos Gestores atua, desde 2015, de forma contínua na gestão participativa de cinco Unidades de Conservação Marinhas no Estado de São Paulo: o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, a Estação Ecológica dos Tupinambás, o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro e a Estação Ecológica dos Tupiniquins.

Pessoas, incluindo crianças, interagem em uma barraca de divulgação científica ao ar livre.
Ação de divulgação científica e disseminação dos resultados do projeto para a sociedade 

Com caráter de pesquisa e extensão, a iniciativa contribui para a formação dos conselhos gestores e para a construção de conhecimentos aplicados à gestão adaptativa dessas áreas protegidas. O projeto monitora indicadores biológicos, socioeconômicos e gerenciais, além de estudar a experiência dos visitantes em áreas abertas ao turismo e desenvolver ações de ciência cidadã.

Um homem apresenta um slide para uma plateia sentada em uma sala de aula.
Construção e disseminação de conhecimentos junto aos conselhos gestores das Unidades de Conservação Marinhas do Estado de São Paulo

Os resultados são sistematicamente compartilhados em reuniões dos conselhos gestores, cursos para condutores ambientais, grupos de trabalho e câmaras temáticas. Até o momento, o projeto já ofereceu subsídios valiosos para a elaboração de Planos de Manejo e para a qualificação da gestão do uso público nas unidades de conservação marinhas.


Por um oceano com futuro

Uma ilha rochosa e verdejante se destaca em um vasto oceano azul sob um céu claro.
Ilha de Alcatrazes. Foto: Leo Francini

Ao unir ciência, educação e engajamento comunitário, os projetos da Unifesp demonstram que conservar o oceano exige, além do conhecimento técnico, escuta, diálogo e corresponsabilidade. Proteger o oceano é também proteger modos de vida, histórias e sonhos de quem vive na linha d’água.

Neste Dia Mundial dos Oceanos, a universidade reafirma o compromisso com a justiça socioambiental e com a construção de uma conservação marinha inclusiva, que respeite e valorize as vozes das comunidades costeiras e tradicionais.

Configurações de Cookies
Usamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você recusar o uso de cookies, este site pode não funcionar conforme o esperado.
Aceitar todos os Cookies
Rejeitar todos os Cookies
Leia mais
Analytics
Ferramentas utilizadas para analisar dados e mensurar a eficácia de um site e entender como ele funciona.
Google Analytics
Aceitar Cookies
Rejeitar Cookies
Salvar