Unifesp discute diretrizes para nova política institucional de formação de professores e professoras
Evento realizado pelo Fórum de Educação Básica e Formação de Professores(as) promoveu debate sobre a Resolução 4/2024 e os caminhos da licenciatura na universidade
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Na manhã do dia 13 de junho, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) promoveu o evento A formação de professores na Unifesp, organizado pelo Fórum de Educação Básica e Formação de Professores(as). Realizado no auditório Ieda Maugeri, com transmissão ao vivo pelo Canal da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) no YouTube, o encontro marcou o início dos debates para a elaboração de uma política institucional de formação docente, em consonância com as novas diretrizes da Resolução nº 4/2024, do Conselho Nacional de Educação.
Ana Gouw, Raiane Assumpção e Liduina Silva
A abertura do evento contou com a presença da reitora da Unifesp, Raiane Patrícia Severino Assumpção, da pró-reitora de Graduação, Ana Maria Santos Gouw, e da pró-reitora adjunta de Graduação, Maria Liduina de Oliveira e Silva. Em sua fala, a reitora destacou o papel da universidade na formação de professores e a importância de uma política interna estável e fundamentada na pesquisa e na prática pedagógica. “Esse debate é essencial para que possamos contribuir não só com os cursos da Unifesp, mas também com a política pública de formação docente como um todo”, afirmou.
Construindo uma política institucional
Aprovado em 2023 pelo Conselho de Graduação, o Fórum de Educação Básica e Formação de Professores(as) da Unifesp reúne representantes de todos os campi da universidade, das pró-reitorias finalísticas, da Escola Paulistinha, do curso de Tecnologia em Educação Digital (TEDE), do Centro de Formação em Educadores da Educação Básica (CEFE) e do Fórum de Licenciaturas de Guarulhos. O fórum surgiu com o objetivo de discutir, não só a formação de professores(as), mas também a articulação das ações da universidade com a educação básica, a partir do ensino, da pesquisa e da extensão.
Ana Gouw, pró-reitora de Graduação
No atual contexto, os trabalhos do fórum concentram-se na análise da Resolução 4/2024, que define diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial de professores(as), e nos impactos dessa normativa para os cursos de licenciatura da instituição. A ideia é consolidar, de forma participativa, uma política institucional que reflita a trajetória, os desafios e as especificidades da formação docente na Unifesp.
“Temos hoje 11 cursos de licenciatura e um acúmulo de experiências importantes nos últimos 18 anos, desde a criação do campus Guarulhos. A construção dessa política precisa considerar essa trajetória, reconhecendo ações como os estágios supervisionados, os programas de residência pedagógica e a articulação entre ensino, pesquisa e extensão”, destacou Ana Gouw.
Debate sobre os núcleos da nova resolução
A mesa principal do evento teve como tema Conteúdos Básicos e de Aprofundamento da Formação de Professores, com exposições de Débora Goulart, docente da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp (EFLCH/Unifesp), e do professor Paulo Rogério Miranda Correia, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP). A mediação foi realizada por João do Prado Ferraz de Carvalho, docente da EFLCH/Unifesp e coordenador da Coordenadoria de Programas e Projetos Institucionais da Prograd.
Correia apresentou a experiência da USP Leste na formulação do curso de licenciatura em Ciências da Natureza, destacando a importância da integração entre os núcleos de formação geral (núcleo 1) e de conteúdos específicos (núcleo 2). Ele enfatizou os desafios da interdisciplinaridade e da articulação entre diferentes áreas do conhecimento, apontando que a formação docente exige não apenas domínio de conteúdo, mas também compreensão crítica da realidade educacional.
Paulo Rogério Miranda Correia da EACH/USP Leste
Já a professora Débora Goulart abordou a formação em Ciências Sociais e os desafios da docência no campo da Sociologia. A partir de uma análise histórica da presença das ciências sociais na educação básica, ressaltou a importância de se pensar a formação de professores com base na indissociabilidade entre teoria, método e prática pedagógica. “Não se trata apenas de adaptar o conteúdo para a sala de aula, mas de formar intelectuais críticos, capazes de compreender e intervir na realidade social por meio da educação”, afirmou.
Débora Goulart da EFLCH/Unifesp
Ambos os convidados destacaram a necessidade de autonomia institucional para que as universidades públicas possam formular suas políticas de formação em diálogo com as especificidades de cada curso, sem perder de vista os princípios democráticos e o compromisso com a escola pública.
Encaminhamentos e próximos passos
Participantes do evento
Após as apresentações, o evento abriu espaço para contribuições de coordenadores(as) de curso e participantes. Um dos encaminhamentos centrais foi a constituição de grupos de trabalho que irão aprofundar o debate sobre os núcleos curriculares previstos na nova resolução e propor diretrizes para a política institucional de formação de professores(as) da Unifesp.
“Essa é uma construção coletiva, e é fundamental que os cursos se reconheçam na política que vamos construir. O objetivo não é uniformizar, mas garantir um norte comum que respeite as especificidades e fortaleça a formação docente em todas as suas dimensões”, concluiu Carvalho.
João do Prado Ferraz de Carvalho, docente da EFLCH/Unifesp
O Fórum seguirá com reuniões e consultas às unidades acadêmicas ao longo dos próximos meses. A expectativa é que a política institucional seja construída de forma integrada, reunindo as experiências dos diversos campi, cursos e fóruns da universidade, reafirmando o compromisso da Unifesp com a educação básica e com a formação crítica e transformadora de seus futuros(as) docentes.