Universidade Federal de São Paulo

Destaques

Categoria que apresenta as informações, notícias e iniciativas mais relevantes e prioritárias da instituição, proporcionando maior visibilidade aos temas de maior interesse público.

Projetos extensionistas promovem inclusão, saúde e oportunidades para fortalecer o protagonismo feminino na sociedade

Escrito por Paula Garcia
Card digital com fundo roxo celebrando o Dia Internacional da Mulher, destacando iniciativas da Unifesp para equidade e empoderamento feminino.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data de grande relevância na luta por igualdade de gênero, reconhecimento e valorização das conquistas femininas ao longo da história. Mais do que uma comemoração, esse dia representa a resistência e o esforço contínuo das mulheres para conquistar direitos, ocupar espaços e superar desafios estruturais ainda presentes na sociedade. Apesar dos avanços alcançados em diversas áreas, como a presença feminina no mercado de trabalho, na ciência e na política, ainda há barreiras a serem vencidas.

Dentro desse contexto, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) promove projetos voltados ao empoderamento e bem-estar das mulheres, abordando diferentes aspectos de suas trajetórias pessoais e profissionais. Essas iniciativas vão desde o incentivo à participação feminina em áreas tradicionalmente masculinas até a promoção da saúde e a conscientização sobre gênero e direitos, incluindo ações de combate à violência e de fortalecimento da equidade. Confira algumas das ações desenvolvidas atualmente:

Mulheres nas Exatas

Um grupo de meninas está sentado em frente a computadores em uma sala de aula, programando em um ambiente gráfico de blocos coloridos. Elas estão concentradas, e a sala tem paredes claras e cadeiras coloridas.
Estudantes do Ensino Fundamental participando de um dos mini cursos oferecidos pelo projeto. Foto: Lilian Berton

Pioneiro no Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT/Unifesp), o projeto Mulheres nas Exatas foi criado em 2018 para promover atividades que incentivem a equidade de gênero e premiado com o Prêmio Mulheres Cientistas Unifesp em 2024.

O projeto inclui uma variedade de atividades, como palestras para estudantes de escolas públicas e universitários(as), cursos de computação e programação, além de pesquisa e divulgação de dados históricos sobre a presença feminina nas ciências. Até o momento, cerca de 450 estudantes dos ensinos fundamental e médio já participaram das atividades do projeto Mulheres nas Exatas.

Uma mulher jovem de cabelos longos está ao lado de um pôster de um congresso sobre mulheres na ciência. Atrás dela, uma tela exibe uma apresentação em português sobre o estímulo ao interesse em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) por meio de atividades lúdicas para alunos do ensino fundamental.
Thamyris Nunes Sugahara, bolsista de extensão, apresentando o projeto, no II Congresso Internacional Mulheres em STEAM. Foto: Lilian Berton

No Campus São José dos Campos aproximadamente 35% dos(as) estudantes são do sexo feminino, refletindo estatísticas nacionais e internacionais sobre a baixa participação feminina nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), logo o projeto auxilia no encorajamento de grupos sub-representados, especialmente mulheres, a seguir carreiras em STEM.

Para acompanhar as atualizações do projeto e a divulgação de mulheres em STEM foram criados perfis nas redes sociais Mulheres nas Exatas, no LinkedIn, e @m_nasexatas, no Instagram.


Dignidade Menstrual

Grupo diverso de mulheres reunido na entrada de um local decorado, segurando kits de higiene e sorrindo para a câmera.
Roda de Conversa sobre Pobreza Menstrual e Saúde da Mulher na Ocupação da Rua Treze de Maio. Foto: Arquivo Projeto

O projeto Dignidade Menstrual surgiu em 2021, pela parceria entre o Laboratório de Saúde Coletiva (LASCOL), uma iniciativa intercampi, e três movimentos sociais organizados, na região central da capital paulista, a campanha Fluxo Solidário, o Centro de Convivência É de Lei e o Movimento de Mulheres Olga Benario. Seu objetivo é promover ações para garantir a dignidade menstrual de pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas em situação de rua, ocupações ou trabalhos precarizados.

A iniciativa se estrutura em três eixos principais: o mapeamento qualitativo da pobreza menstrual, a ativação e fortalecimento de redes de assistência e solidariedade, e a construção de ações educativas. O projeto atua em três núcleos territoriais - Luz, Sé e Canindé/Pari, cada um coordenado por um movimento social parceiro.

Quatro mulheres seguram sacolas rosa com itens de higiene. Elas usam máscaras e estão em um ambiente simples, demonstrando solidariedade.
Distribuição dos kits de higiene e absorventes em atividade educativa com lideranças da região desenvolvimento de plano de ação no território (Canindé/Pari). Foto: Arquivo Projeto

As atividades incluem rodas de conversa, palestras, distribuição de kits de higiene menstrual e elaboração de materiais educativos. Também há esforços para inserir o tema da dignidade menstrual em políticas públicas, como a participação no Conselho Local de Saúde e articulações com instituições de ensino. As ações do projeto buscam não apenas fornecer absorventes, mas também garantir acesso a banheiros, água e informações adequadas sobre saúde menstrual.

Para mais informações leia o livro Dignidade menstrual, para quem?


MulherAção

Um grupo de oito jovens, de diferentes gêneros e tons de pele, posa para a câmera sorrindo. No centro, uma pessoa segura uma bandeja com a ilustração colorida de um útero feita com grãos coloridos. O fundo tem uma cortina laranja.
Participantes do projeto em ação no Instituto Laramara. Foto: Camilla Pontes Bezerra

Com início em agosto de 2022, o projeto MulherAção, da Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp), tem como objetivo promover espaços de discussão e visibilidade sobre as experiências e desafios enfrentados por mulheres com deficiência visual. A iniciativa busca estreitar o diálogo entre a academia e a sociedade por meio de atividades de educação em saúde, além de proporcionar a formação dos(as) estudantes extensionistas, aprimorando suas habilidades interpessoais, como comunicação, liderança, planejamento e trabalho em equipe.

Até o momento, aproximadamente 100 mulheres já foram beneficiadas pelas ações do projeto, realizadas no Instituto Laramara. As atividades incluem ações educativas voltadas à saúde, cidadania e inclusão social, além da produção de materiais acessíveis para apoiar a aprendizagem e autonomia das participantes.

Uma jovem de cabelos longos e casaco acolchoado está manipulando grãos coloridos organizados sobre uma bandeja de madeira. A arte representa um útero estilizado com cores vibrantes, como rosa, amarelo e roxo.
Maquete tátil desenvolvido por estudantes do projeto. Foto: Camilla Pontes Bezerra

Um dos exemplos práticos do projeto foi a criação de uma maquete tátil do sistema reprodutivo feminino, utilizada em uma ação educativa sobre menstruação. O modelo, que representa o útero, as tubas uterinas e os ovários, permitiu que as adolescentes cegas compreendessem o funcionamento do ciclo menstrual de forma interativa, por meio do toque e de um áudio guiado. No momento está sendo desenvolvido um Manual de Saúde Sexual e Reprodutiva para adolescentes cegas.


#NiUnaMenos

Um grupo diverso de mulheres posa sorrindo para a foto em frente a um mural com nomes de personalidades negras. O clima parece ser de confraternização e empoderamento.
Visita à exposição Um Defeito de Cor no Sesc Pinheiros. Foto: Andreia Menezes

Com o objetivo de promover reflexões e discussões sobre feminismos, estudos de gênero e violência de gênero, o projeto #NiUnaMenos teve início em abril de 2024, coordenado pelas professoras Andreia Menezes, Graciela Foglia e Larissa Locoselli, do Departamento de Letras (Espanhol) da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Unifesp. Tem seu nome inspirado na hashtag criada pela jornalista Marcela Ojeda, como um protesto contra a violência de gênero na Argentina, e busca envolver a comunidade acadêmica e a sociedade no tema, incentivando um debate plural e acessível.

Ao longo do primeiro ano, diversas atividades foram realizadas, começando pela reunião inaugural presencial, que contou com cerca de 20 participantes e possibilitou a escuta de sugestões para o desenvolvimento do projeto. A partir dessas contribuições, foram estruturadas ações como o Grupo de Estudos #NiUnaMenos, que ocorreu ao longo do ano de 2024 em encontros on-line quinzenais, abordando temas sugeridos pelo público.

Um grupo de pessoas, a maioria mulheres, sentadas ao redor de uma grande mesa, envolvidas em uma atividade manual com recortes e materiais coloridos. O ambiente é uma sala de aula ou espaço de workshop.
#Niunamenos: oficina de fanzine. Foto: Andreia Menezes

O projeto também marcou presença em eventos educacionais e culturais, como a atividade Agosto Lilás, realizada na Escola Estadual Antônio de Ré, onde estudantes do Ensino Médio discutiram a Lei Maria da Penha e produziram cartazes sobre o tema. Além disso, foram promovidas palestras e oficinas presenciais e on-line, como A mulher no discurso biográfico do século XX: o caso Horacio Quiroga, a oficina de fanzine #NiUnaMenos, a palestra Cabelo crespo, identidade e empoderamento feminino na escrita de pensadoras negras, e a visita à exposição Um Defeito de Cor no Sesc Pinheiros.

Até o momento, aproximadamente 191 pessoas participaram das atividades do projeto, entre estudantes, docentes e membros da comunidade externa. A iniciativa reafirma que o feminismo é para todo mundo, promovendo um espaço de aprendizado e reflexão que visa a construção de uma sociedade mais igualitária e menos violenta.

Para 2025, o projeto segue com encontros quinzenais do Grupo de Estudos, além de uma parceria com o Observatório de Educação: violência, inclusão e direitos humanos, coordenado pela professora Marian Ávila. A colaboração prevê atividades com docentes de escolas estaduais de Guarulhos, abordando violência escolar e de gênero, e a organização de um colóquio em maio, no Campus Guarulhos, aberto aos/as interessados na temática.


FEMI Pelve

Seis mulheres de jaleco e máscara posam para uma selfie em um ambiente de saúde, representando profissionais da área.
Estudantes participantes do projeto FEMI Pelve. Foto: Tânia Scudeller

O projeto FEMI Pelve busca promover a saúde pélvica e melhorar a qualidade de vida de mulheres usuárias do SUS que sofrem com disfunções do assoalho pélvico, como incontinência urinária, prolapsos e disfunções sexuais. Com atendimento fisioterapêutico especializado em grupo, a iniciativa reduz o tempo de espera pelo tratamento e proporciona suporte mútuo entre as participantes, promovendo empoderamento e adesão ao cuidado contínuo.

O projeto é coordenado pelas professoras Tânia Scudeller e Miriam Zanetti e desenvolvido por docentes e acadêmicos(as) dos cursos de Fisioterapia e Psicologia do Campus Baixada Santista, em parceria com a Seção de Recuperação e Fisioterapia da Zona da Orla (SERFIS-ZOI). As participantes são selecionadas entre aquelas que aguardam atendimento no SUS e passam por uma avaliação inicial para personalizar o tratamento. O programa inclui 12 sessões semanais de 90 minutos, combinando atividades educativas, exercícios específicos e orientações para autocuidado, e será iniciado em março deste ano.

Uma profissional de jaleco branco e máscara azul escreve em um papel enquanto atende uma mulher de costas, vestindo uma blusa estampada. O ambiente parece ser um consultório ou espaço de atendimento.
Paciente durante avaliação inicial. Foto: Tânia Scudeller


Além de beneficiar diretamente as mulheres atendidas, o projeto contribui para a formação prática dos(as) estudantes e para a pesquisa científica na área, promovendo a integração entre ensino, pesquisa e extensão.


Woman & Market

Um cartaz digital com o título "Projeto de Extensão WOMAN & MARKET" e o subtítulo "Objetivo: Promover a liderança feminina", com um design minimalista e elegante.

Aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) em dezembro de 2024, o projeto Woman & Market é uma iniciativa da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN/Unifesp), que tem previsão de início no primeiro semestre de 2025, com duração inicial de dois anos, com a expectativa de se tornar uma ação permanente dentro da universidade.

Sua meta é empoderar estudantes e egressas interessadas em construir carreiras e assumir posições de liderança na área de negócios, um setor historicamente desafiador para as mulheres em cargos de decisão. Para isso, serão promovidas palestras, treinamentos e workshops, proporcionando ferramentas para que as participantes conquistem e mantenham seus espaços nesse ambiente profissional. Em um segundo momento, será desenvolvido um programa de mentoria, onde mulheres com experiência na área poderão orientar aquelas que estão iniciando suas trajetórias, fortalecendo suas jornadas e ampliando suas redes de apoio.

 Logotipo do projeto "Woman & Market" em fundo bege. No centro, as letras "W" e "M" estilizadas se sobrepõem em tons de marrom e rosa. Abaixo, o nome do projeto está escrito em fonte elegante e discreta.

Atualmente, o projeto já iniciou o contato com entidades parceiras, como o grupo de pesquisa GENERAS da FEA/USP e a entidade Alumna, que promove mentorias para mulheres no mercado de trabalho. Para mais, busca conexões com outros coletivos que tenham experiência na promoção da equidade de gênero em negócios.

O público-alvo principal são as estudantes do Campus Osasco da Unifesp, dada a forte relação do curso com a temática. No entanto, estudantes e egressas de outros campi e instituições também poderão participar das atividades e mentorias.

Para acompanhar as atualizações do projeto, bem como os conteúdos voltados à equidade de gênero no mercado de trabalho, foram criados perfis nas redes sociais Woman & Market, no LinkedIn, e @womanandmarket, no Instagram.