Educação pública: você usa e nem sabe
No Dia Mundial da Educação, iniciativas de universidades e institutos federais mostram como a educação superior pública está presente na vida da população
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28 de abril — Dia Mundial da Educação. A data marca a importância da educação como um direito universal e como base para uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida. Mas, muito além da sala de aula, a educação pública superior transforma o cotidiano de milhões de brasileiros.
Hospitais, centros de pesquisa, projetos sociais, oficinas culturais e programas de extensão tornam universidades e institutos federais agentes ativos nas comunidades. Eles estão em ações de saúde, alimentação, inclusão digital, acessibilidade, tecnologia, sustentabilidade, entre outras. Mesmo quem nunca estudou em uma universidade pública está, sem saber, se beneficiando dela todos os dias.
Em São Paulo, universidades e institutos federais se destacam pela qualidade e inovação. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) atua em diversas áreas do conhecimento, com forte presença na saúde. A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é referência em pesquisa voltada ao desenvolvimento sustentável. O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) leva educação tecnológica a todo o estado, e a Universidade Federal do ABC (UFABC) se destaca por seu modelo interdisciplinar e inclusivo. Neste Dia Mundial da Educação, conheça alguns dos trabalhos desenvolvidos por essas instituições públicas que beneficiam diretamente a população.
Saúde e alimentação mais acessíveis
Em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, a Farmácia Universitária da Unifesp oferece gratuitamente medicamentos especializados para a população, além de cuidado farmacêutico e educação em saúde. A unidade, vinculada ao curso de Farmácia da Unifesp, funciona como um espaço de prática para estudantes e como um serviço essencial à comunidade, com acesso facilitado a tratamentos e orientações.
Outro destaque da Unifesp é o Projeto Panela Aberta, que promove oficinas e atividades sobre alimentação saudável, sustentável e consciente. A iniciativa tem foco na segurança alimentar e nutricional e propõe uma abordagem crítica sobre os hábitos alimentares da população. O projeto atua em escolas públicas, equipamentos de saúde e espaços comunitários, buscando construir um modelo de educação alimentar com base na realidade e na cultura das pessoas atendidas.
Tratamento médico e acesso ao ensino superior
Em São Carlos, no interior de São Paulo, a Unidade Saúde-Escola (USE) da UFSCar é um exemplo de integração entre ensino, serviço e comunidade. O espaço oferece atendimentos em saúde à população, com serviços realizados por estudantes e profissionais em formação, sempre supervisionados por docentes. Além de fortalecer a formação acadêmica, a USE contribui com a rede pública de saúde, oferecendo consultas, orientações e encaminhamentos.
Ainda pela UFSCar, o Cursinho Popular Carolina de Jesus, do campus Lagoa do Sino em Angatuba, é uma oportunidade gratuita para jovens que sonham em ingressar no ensino superior. O cursinho é um projeto de extensão universitária e funciona como ponte entre a escola pública e a universidade, com aulas de diversas disciplinas e apoio pedagógico, tudo de forma voluntária e comunitária.
Tecnologia e inovação com impacto social
Na fronteira entre ciência e inclusão, o Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Robôs Complacentes (SoRo) do IFSP desenvolve tecnologias voltadas às áreas da saúde, alimentação e assistência. Os chamados “robôs complacentes” são dispositivos que interagem com seres humanos de maneira mais segura e sensível, com aplicações que vão desde o auxílio em cirurgias até a produção de alimentos e o suporte a pessoas com deficiência.
O IFSP também se destaca por seus Centros de Pesquisa e Inovação (CePin), que atuam em áreas como energia renovável, agricultura inteligente, cidades sustentáveis, e tecnologias assistivas. Os projetos dos CePin são voltados à criação de soluções aplicadas, com impactos diretos na melhoria de serviços públicos, na qualidade de vida das populações locais e na inovação tecnológica com foco social.
Mapeamento social e acolhimento linguístico
Por meio do programa de pós-graduação Planejamento e Gestão do Território, pesquisadores da UFABC trabalham em parceria com prefeituras da região no mapeamento da precariedade habitacional. Com base em dados sobre condições de moradia e áreas de risco, o projeto contribui para políticas públicas mais eficientes e para a redução das desigualdades urbanas, fortalecendo o planejamento participativo e a justiça territorial.
Outro destaque da UFABC é o projeto de Nossa Casa, no qual estudantes da universidade oferecem, de forma gratuita, aulas de português como língua de acolhimento a pessoas em situação de refúgio. Além do ensino do idioma, a iniciativa promove a integração cultural, o acesso a direitos e a autonomia de migrantes e refugiados, com atividades voltadas à convivência, socialização e fortalecimento de vínculos com a comunidade local.
Educação pública é de todos nós
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Neste Dia Mundial da Educação, o que esses projetos mostram é que a educação pública superior vai muito além das salas de aula e dos laboratórios. Ela está nas ruas, nas unidades de saúde, nas feiras comunitárias, nos espaços culturais e nas casas das pessoas.
A universidade pública é um patrimônio da sociedade. Suas pesquisas, tecnologias e ações de extensão impactam diretamente a vida da população, inclusive de quem nunca passou por seus corredores. Mais do que um privilégio, a educação pública é um direito, um compromisso com o presente e a base para a construção de um país mais justo.