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Alternativa inovadora utiliza bioativos marinhos e tecnologia 3D

Escrito por Juliana Mastrullo e Rosangela Martins

 A imagem divulga o episódio #26 do podcast PodSerCiência, que discute o potencial de organismos marinhos, como esponjas, no desenvolvimento de tratamentos para doenças de pele e fraturas ósseas.

Um estudo conduzido pelo Laboratório de Biomateriais e Engenharia Tecidual (Labetec), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Campus Baixada Santista, está explorando novas possibilidades para o tratamento de doenças de pele e fraturas ósseas. Sob a coordenação de Ana Cláudia Rennó, a equipe de pesquisadores(as) busca alternativas inovadoras e mais eficazes, utilizando bioativos marinhos extraídos de esponjas marinhas e escamas de peixes.

O tema foi debatido no segundo episódio do PodSerCiência, em que Rennó destacou a relevância da pesquisa e os resultados promissores obtidos até o momento. "Tem fratura que é tratada com os chamados biomateriais que estão disponíveis hoje em dia no mercado, mas eles não são tão eficazes que consigam acelerar o processo de reparo, a consolidação óssea. Mesma coisa para os problemas de queimaduras, úlceras cutâneas, em pacientes hospitalizados, pacientes acamados, ou mesmo, enfim, pacientes diabéticos, que sofrem uma alta incidência de úlceras que ficam anos para cicatrizar", explicou a cientista.

Confira os detalhes deste estudo no segundo episódio do PodSerCiência.

Uso sustentável da biodiversidade marinha

A estratégia da pesquisa baseia-se na exploração sustentável da biodiversidade brasileira para desenvolver materiais inovadores, mais eficazes e com menor custo. Segundo Rennó, a matéria-prima pode ser desenvolvida em diversos formatos, como pós e membranas cutâneas, adaptáveis a diferentes necessidades clínicas.

"Um dentista, por exemplo, pode utilizar esse biomaterial em pó para pacientes que sofreram grande reabsorção óssea após a perda de um dente. Esse pó proveniente do esqueleto do peixe pode ser aplicado na região, favorecendo a formação óssea necessária para um implante", detalhou a pesquisadora. "Já para pacientes com lesão cutânea, membranas podem ser cortadas no tamanho exato da lesão e aplicadas diretamente na pele."

Testes e tecnologia 3D no processo de recuperação

Atualmente, a pesquisa está em fase de testes pré-clínicos e, em breve, irá iniciar os testes clínicos em humanos. A impressão 3D também surge como uma aliada fundamental no desenvolvimento dessas novas terapias.

"Com essa tecnologia, a gente consegue fazer uma membrana ou um enxerto ósseo nas dimensões, no tamanho exato. A tinta que a gente coloca na impressora para fazer o enxerto, a membrana, ela é constituída com colágeno, por exemplo, com um material biológico. Geralmente, a gente precisa de um agente agregador para fazer aquela liga - a gente utiliza muito polímeros para ficar em uma consistência de gel mesmo. A gente consegue, a partir daí, colocar essa tinta na impressora, coloca os comandos e imprime o que a gente quer”, explica Rennó.

A cientista exemplifica o impacto da tecnologia: "se uma pessoa apresenta uma queimadura de grande extensão no antebraço todo, a gente consegue fazer uma tomografia, enfim, uma imagem, coloca na impressora 3D e manufatura aquela membrana especificamente para cobrir toda a região da lesão cutânea que aquele paciente apresenta.”

O que esperar para o futuro?

A pesquisa da Unifesp reforça o potencial da biotecnologia aplicada à medicina regenerativa, oferecendo alternativas inovadoras para tratamentos que atualmente são demorados e custosos. O uso de bioativos marinhos representa um grande avanço na medicina e pode beneficiar milhares de pacientes que sofrem com problemas de cicatrização e perda óssea.

Com a continuidade dos estudos e o avanço dos testes clínicos, a esperança é que, em breve, esses novos biomateriais estejam acessíveis para uso na prática clínica, transformando a realidade do tratamento de fraturas e doenças de pele.

 

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