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Pesquisa publicada na revista Energy (Elsevier) desenvolve modelo inovador para integração de fontes renováveis em cenários climáticos extremos

Escrito por Ligia Gabrielli

Um estudo liderado pelo Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) - Campus Baixada Santista, em parceria com o Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Labren/Inpe) e publicado na revista científica Energy, da editora Elsevier, apresenta um novo modelo de otimização para simular o futuro da matriz energética brasileira, considerando os impactos das mudanças climáticas e a crescente escassez de água que afeta diretamente o funcionamento das hidrelétricas, principal fonte de energia do país.

O modelo utilizado pelos(as) pesquisadores(as) tem alta resolução temporal e espacial e simula cenários até 2050, buscando equilibrar segurança energética, custos e sustentabilidade. O foco está em como manter a estabilidade da rede elétrica mesmo em situações de seca intensa. O estudo, financiado pela Fapesp, foi desenvolvido sob coordenação do docente Fernando Martins, do IMar/Unifesp, no escopo do INCT-Mudanças Climáticas Fase II.

Os resultados mostram que, em situações de estresse hídrico severo, os custos de geração podem subir entre 10% e 15%. Mesmo assim, a viabilidade de um sistema 100% renovável se mantém, principalmente com o uso combinado de energia eólica e sistemas de armazenamento.

Segundo a pós-doutoranda Paula Borba, do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar, além de mostrar a importância da energia eólica como alternativa para os períodos secos, o estudo aponta a possibilidade de um grande excedente de produção durante a estação seca, especialmente no Nordeste.

“Esse excedente poderia ser aproveitado para produzir até 460 mil toneladas por ano de hidrogênio verde, superando a atual demanda da indústria nacional. A pesquisa reforça ainda que o planejamento espacial é fundamental, já que a produção de hidrogênio depende também da disponibilidade de água – justamente em regiões que mais sofrem com a seca", comenta a pesquisadora.

Para Fernando Martins, o estudo oferece dados para discutir estratégias de caminhos reais para um futuro energético sustentável e seguro no Brasil. “A ideia foi criar uma ferramenta útil para o planejamento energético que olhasse para frente, considerando os impactos do clima, os custos e o potencial de cada fonte. Mostramos que é possível transformar um desafio climático em uma oportunidade estratégica, como o aproveitamento do hidrogênio verde”, afirma o professor.

A pesquisa também destaca que, mesmo com todas as adversidades climáticas, é possível reduzir as emissões de gases do efeito estufa com um uso inteligente das renováveis, integrando diferentes fontes e regiões.

 

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