Política de cotas impulsiona recorde de inscrições na residência médica da Unifesp em 2024
Ao todo foram 7.315 inscritos(as), incluindo 313 candidatos(as) autodeclarados(as) pretos(as), pardos(as) ou indígenas e 127 pessoas com deficiência
- Detalhes
- Categoria: Destaques
- Acessos: 277
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) celebra o impacto da política de cotas no programa de residência médica, que alcançou o número histórico de 7.315 inscritos(as) em 2024, incluindo 313 candidatos candidatos(as) autodeclarados(as) pretos(as), pardos(as) ou indígenas (PPI). Esse marco reflete o fortalecimento das ações afirmativas implementadas pela instituição, como a Política Carolina Maria de Jesus, que promove a inclusão de populações historicamente sub-representadas no maior programa de residência médica da rede federal de ensino do país.
O processo seletivo deste ano também incluiu 127 pessoas com deficiência (PcD), evidenciando como a política de cotas tem ampliado o acesso à educação e transformado a saúde pública no Brasil. Essas iniciativas destacam o compromisso da Unifesp em consolidar valores como excelência, democracia e educação para superar desigualdades históricas, reafirmando sua liderança como referência em ações afirmativas e educação inclusiva, preparando profissionais que impactarão positivamente o futuro da saúde pública brasileira.
Segundo Ellen de Lima Souza, pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas, o processo de cotas do programa de residência médica da Unifesp pode tornar-se uma referência no país para as ações afirmativas. “Afirmar a diferença na educação superior, para essa casa em especial na sua área mais tradicional, a saúde, demonstra ao país que reconhecemos as diferenças como um valor, assim, assegurar a pluralidade é mais do que apoiar correções das desigualdades, mas é afirmar valores como excelência, democracia e educação”.
A pró-reitora destacou ainda que o número recorde de inscrições para a residência médica anuncia que, a partir das ações afirmativas, população negra, indígenas e as pessoas com deficiência, sentem-se mais à vontade para concorrer a um processo seletivo que é direito de toda categoria médica recém-formada. “Certamente, o ingresso dessa população no atendimento em diferentes áreas da saúde vai qualificar ainda mais a área, trazendo desafios e possibilidades de associar outras compreensões e experiências sociais para a consolidação de uma saúde para todos, pautada em valores educacionais que afirmam as diferenças, visando à superação das desigualdades", completou.
Reflexo da eficácia das ações afirmativas
De acordo com a Comissão de Residência Médica (Coreme) da Escola Paulista de Medicina, houve um crescimento exponencial nas inscrições em comparação aos anos anteriores – 4.888 inscritos(as) em 2022 e 5.723 em 2023 –, um reflexo da eficácia das ações afirmativas da instituição. Atualmente, a Coreme é coordenada pelos professores da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo Fabio Veiga de Castro Sparapani e Nelson Américo Hossne Junior.
Para o diretor da EPM/Unifesp, Magnus Dias, a implementação de cotas PPI e PcD na residência médica é uma das medidas para corrigir desigualdades históricas e garantir uma formação médica mais diversa e representativa da população brasileira. “O acesso à residência médica ainda reflete um cenário de exclusão, perpetuando barreiras estruturais que dificultam a ascensão de grupos historicamente marginalizados dentro da categoria médica. A Escola Paulista de Medicina, reconhecida por sua vanguarda em modelos educacionais inovadores e por ter idealizado o primeiro hospital-escola do país, o Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp), reafirma seu compromisso com a transformação da educação em saúde”.
Magnus declarou também que apoia fortemente as políticas de inclusão aprovadas pelo Conselho Universitário (Consu) da Unifesp, órgão que se posicionou de maneira firme como uma instituição antirracista e anticapacitista, o que motivou a criação de uma Assessoria de Equidade, Pertencimento e Ações Afirmativas (AEPAA/EPM), fazendo uma ponte com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas. “Ao adotar ações afirmativas, a EPM/Unifesp não apenas amplia a diversidade nos espaços de formação médica, mas também fortalece seu papel na construção de uma sociedade mais equitativa e comprometida com a justiça social”, completou.