Webinário aborda saúde mental e gênero na pós-graduação
Evento contou com palestras da professora da UFF Letícia Oliveira e do pró-reitor de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas da Unifesp, Anderson Rosa
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Abertura do evento promovido pelo EAf, da ProPGPq
O Escritório de Ações Afirmativas (EAf), da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (ProPGPq), promoveu, no dia 9 de maio, mais um encontro do Ciclo de Webinários do EAf para discutir o impacto da saúde mental na vida de estudantes e pesquisadores(as), com foco nas desigualdades de gênero e nos desafios enfrentados por pessoas que exercem trabalhos de cuidado.
O ciclo compreende uma série de eventos temáticos que pretende reunir estudantes, docentes, pesquisadores(as), servidores(as) e a comunidade, a fim de discutir diferentes temáticas sobre as ações afirmativas e o panorama atual dos cursos de pós-graduação no que se refere ao acesso e permanência, visando à igualdade de oportunidades e a criação de uma cultura acadêmica de respeito e inclusão.
A abertura do evento ficou a cargo da pró-reitora adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa da Unifesp, Suzan Pantaroto, da coordenadora de Integração Acadêmica da ProPGPq, Marisa Sacaloski, e da representante do MaternaCiência no EAf da ProPGPq, Regina Helena da Silva.
Gênero e saúde mental na carreira acadêmica
Palestra da professora Letícia Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Uma das convidadas e palestrantes do webinário foi a professora Letícia Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que tratou da questão do gênero e saúde mental na carreira acadêmica. “O assunto vem se tornando uma preocupação crescente nas instituições de ensino: a maioria pós-graduandos(as) relatam estresse por questões relacionadas à universidade, com altos índices de sintomas compatíveis com provável diagnóstico de depressão”, alertou.
Ela apresentou dados do Projeto PSIcovida, uma rede de cooperação entre diversas universidades, que teve como objetivo investigar a saúde mental de profissionais e estudantes da comunidade acadêmica. A pesquisa, que contou com a participação de mais de 4 mil pessoas, utilizou variáveis sociodemográficas e contemplou diferentes segmentos dessa comunidade, incluindo aspectos relacionados à parentalidade.
Em resumo, o projeto concluiu que: discentes de graduação e pós-graduação têm os maiores índices de provável diagnóstico de transtornos mentais; raça e gênero são importantes fatores de vulnerabilidade; e que ser mãe, especialmente mãe negra, com filho(a) com deficiência, sem rede de apoio ou ser cuidadora principal são fatores associados com maior vulnerabilidade para depressão.
Mas, diante disso, o que fazer? Segundo ela, mudanças culturais do ambiente acadêmico podem ajudar, tais como: educar os(as) orientadores(as) sobre o impacto da pós na saúde mental dos(as) estudantes e eliminar o estigma sobre transtornos mentais no ambiente acadêmico para que os(as) alunos(as) consigam se comunicar aos(às) seus(suas) supervisores(as) quando necessário.
Saúde mental na Unifesp
Apresentação do pró-reitor de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas da Unifesp, Anderson Rosa
O outro convidado para o evento foi o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas da Unifesp, Anderson Rosa, cuja apresentação abordou as ações para a saúde mental desenvolvidas na universidade. De acordo com ele, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas (Praepa) pretende construir propostas e impulsionar que todos os setores da universidade possam trabalhar na lógica das ações afirmativas como sendo políticas transversais.
Ele apresentou o atual cenário e as ações que têm sido desenvolvidas pela Unifesp relacionadas à saúde mental, a partir de diferentes recortes. Destacou que os(as) estudantes já chegam muito fragilizados(as) à universidade, e, com base nisso, apresentou dados específicos da Unifesp sobre a realidade desses(as) alunos(as).
Também citou um estudo sobre fatores predisponentes para sintomas de ansiedade, depressão e insônia em estudantes universitários(as). “Se eu conheço o perfil desses(as) estudantes que têm diagnóstico de saúde mental, a universidade consegue propor ações de prevenção para que essas pessoas não adoeçam”, ressaltou.
Nesse sentido, destacou as iniciativas que a Unifesp desenvolve e que podem atuar como fatores de proteção, como os atendimentos realizados no Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE), o Serviço de Saúde do Corpo Discente (SSCD) e o Núcleo de Assistência à Saúde do Funcionário (Nasf). Mencionou, por fim, o curso Saúde Mental no Ensino Superior, que está prestes a ser lançado, composto por quatro aulas que abordam questões relacionadas ao gênero: Violência de gênero no ambiente universitário; Masculinidades; Maternidade na universidade; e Inclusão e pertencimento de estudantes LGBTQIPAN+.