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Ideias apresentadas comporão um documento que balizará o posicionamento que a Unifesp terá na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30)

Escrito por Valquiria Carnauba
A imagem mostra a reitora da Unifesp falando em um microfone durante um evento formal. Ela está em destaque no lado direito, gesticulando com a mão direita enquanto fala. Ela veste uma blusa ou vestido elegante de cor clara, com um colar e crachá no pescoço. Atrás dela, há duas pessoas sentadas — um homem e uma mulher — que estão fora de foco, assim como bandeiras ao fundo (uma delas parece ser a bandeira do Brasil). A cena sugere um painel ou conferência, com ambiente profissional.
A reitora da Unifesp, Raiane Assumpção

Foi realizado nesta quinta-feira (28), no Auditório da Reitoria, o evento Desafios das Mudanças Climáticas para o Brasil e a COP-30. Organizado pela Agência de Inovação Tecnológica e Social (Agits/Unifesp), com o apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (ProPGPq), o evento reuniu pesquisadores(as) da Unifesp, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Vale do Paraíba, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) para discutir os impactos das mudanças climáticas na transição energética, saúde, sociedade e a adaptação a eventos extremos.

Foram apresentados quatro paineis voltados à discussão sobre as mudanças climáticas e seus efeitos na sociedade, a fim de levantar reflexões sobre as consequências da crise climática para o país. As ideias apresentadas deverão compor um documento que contribuirá para demarcar o posicionamento da Unifesp na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), que será realizada entre 10 e 21 de novembro do próximo ano em Belém (PA).

A mesa de abertura, anunciada pela vice-diretora da Agits, Renata Neves Graneiro, contou com a presença da reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, do diretor da Agits/Unifesp, Elbert Macau, do pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Fernando Atique, da pró-reitora de Graduação, Ana Gouw, da coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais (SRI/Unifesp), Karen Spadari, e do coordenador de eventos institucionais, Davi Hideo Ogata Takio, representando a pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora Galvani.

A imagem mostra Elbert Macau falando em um microfone durante um evento formal, sentado à mesa. Ele veste uma camisa azul claro com um casaco azul escuro e usa óculos. Há um crachá pendurado no pescoço, indicando sua participação oficial no evento. À sua frente, na mesa, estão copos de água e uma placa de identificação com seu nome, embora o texto não esteja completamente legível na imagem.  À sua direita, aparece parcialmente uma mulher, também sentada, com cabelo solto e óculos, olhando para baixo. Ao fundo, é possível ver bandeiras, incluindo a do Brasil e do estado de São Paulo, além de um púlpito à esquerda com parte de outra pessoa visível, vestindo vermelho. O ambiente sugere um painel ou conferência com caráter formal.
Elbert Macau, diretor da Agência de Inovação Tecnológica e Social (Agits/Unifesp)

De acordo com o diretor da Agits/Unifesp, o evento é uma oportunidade profícua de refletir sobre os temas que estão sendo levantados na COP-29, realizada neste ano em Baku, capital do Azerbaijão, transportá-los para o nosso contexto e, daqui um ano, desenvolvê-los na COP-30. “São temas muito importantes, que envolvem transição energética e suas consequências à saúde e desdobramentos sociais e econômicos. Elaboraremos um documento para contribuir com o evento de 2025”, complementa. Takio, da Proec, levou à sua fala uma memória pessoal que destaca o fato de que as gerações atuais chegam aos dias de hoje com a sombra dos impactos ambientais. “A emergência climática afeta a todos os cidadãos, influenciando o preço dos alimentos, disponibilidade de água e acesso a recursos naturais”.

A imagem mostra três pessoas sentadas lado a lado em uma mesa de conferência ou debate. No centro, uma mulher loira de óculos está falando ao microfone. Ela veste roupas formais, usa um colar colorido e parece estar engajada na discussão. À sua direita, há um homem de cabelos grisalhos e barba curta, vestindo um terno claro, que está olhando para baixo. À esquerda, uma mulher de cabelo curto escuro e roupa estampada colorida está observando atentamente. Há plaquinhas com nomes e títulos na mesa à frente de cada pessoa, sugerindo que são palestrantes ou moderadores.
Karen Spadari, coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais (SRI/Unifesp)

“Na SRI, estamos sempre participando de várias redes de internacionalização voltadas ao tema da sustentabilidade. Nós produzimos na universidade quase dois mil documentos voltados às mudanças climáticas, a exemplo de pesquisas. Além disso, participamos da Rede de Soluções em Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas” destacou Karen Spadari. Ana Gouw, por outro lado, frisou que há diversos cursos de graduação na Unifesp cujas grades curriculares encontram-se conectadas às questões ambientais, como Oceanografia e Ciências Ambientais, mas que é urgente estender essa discussão para os percursos formativos de todas as áreas.

A imagem apresenta três pessoas sentadas em uma mesa de conferência. O foco está em um homem de cabelos grisalhos e barba curta, que veste um terno claro e uma camisa azul. Ele parece atento, olhando ligeiramente para o lado. Ao fundo, à sua esquerda, há duas mulheres: uma com cabelo curto, vestindo uma blusa bege e usando um colar, e outra com cabelo mais longo e óculos, vestindo uma roupa colorida. Elas também estão sentadas à mesa, sugerindo que participam do mesmo evento ou discussão. Há plaquinhas com nomes e copos de água dispostos na mesa, indicando um ambiente formal.
O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Fernando Atique

Para Atique, há pelo menos 40 anos a mudança do planeta permeia as discussões no ambiente educacional. “Temos que evocar a lembrança do filme que fez com que o candidato Al Gore perdesse as eleições nos Estados Unidos, ‘Uma Verdade Inconveniente’. A emergência climática está instalada, e hoje temos que trabalhar com efeitos mitigadores de algo que já é irreversível e cada vez mais próximo de nos atingir. A universidade tem a sua agência de inovação tecnológica e social como horizonte para a percepção da possibilidade de estímulo à comunidade na proposição de estratégias que amenizem um cenário que se mostra catastrófico e cada vez mais próximo de nós. Os 71 cursos de pós-graduação da Unifesp estão sendo desafiados a se engajar na compreensão dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), e assim, propor alternativas de melhoria de vida no planeta”, delimita.

A imagem mostra um homem sentado em uma mesa de conferência ou reunião, falando ao microfone. Ele tem cabelos castanhos escuros, barba, e veste uma camisa xadrez azul-claro com as mangas dobradas. Ele gesticula com a mão direita enquanto fala. Sobre a mesa, há uma placa com seu nome e cargo (aparentemente relacionado a um ministério ou secretaria de cultura), além de uma garrafa d'água e outros materiais. O fundo da sala é neutro, com um tom claro.
O coordenador de eventos institucionais, Davi Hideo Ogata Takio

De acordo com a reitora da Unifesp, os temas abordados no evento atenderam à perspectiva da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. “São fruto da forma como entendemos a produção de conhecimento na nossa universidade e o papel que deve cumprir frente aos desafios que estão sendo colocados nesse momento. A Unifesp completa 30 anos em 2024, sendo o momento mais propício para reunir os diversos olhares e articular essa produção intelectual, de modo a fornecer uma resposta dialógica a esse desafio enquanto produtores de conhecimento. Nossa universidade tem investido na proposição de políticas públicas, por isso compreendemos que eventos como o COP30 são ocasiões catalisadoras do fazer da universidade e de mudança de mentalidade”.

A apresentação dos paineis debatidos estão disponíveis no canal Unifesp Ao Vivo no YouTube.

Sobre a COP-30

Entre 10 e 21 de novembro de 2025, o Brasil sediará a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas na cidade de Belém, no Pará. A COP-30, em contagem regressiva no relógio instalado ao lado da sede do governo paraense, representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar os esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, a importância da Amazônia e dos povos originários para a preservação ambiental.

A sigla COP é uma referência às 198 nações que compactuam pelo meio ambiente, proposto pela ONU, e começou a valer a partir de 94. E aqui vale um parênteses importante, pois a história da COP está totalmente ligada ao Brasil. Foi aqui, mais especificamente no Rio de Janeiro, que aconteceu a Eco 92, ou a Cúpula da Terra, momento em que foram reforçados compromissos de ação e cooperação internacional. Já o pacto de 1994 tinha como objetivo estabilizar a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera e evitar o superaquecimento do planeta.

A edição da COP do ano de 2025 tem ligação direta com o Acordo de Paris, assinado na COP-21, em 2015, na França. Foi a primeira vez que todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento assumiram o compromisso de descarbonização da economia para combater as mudanças no clima, as chamadas Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs). Uma das principais metas das COP-29 e COP-30, então, será finalizar as regras que colocarão de pé o Acordo de Paris.

Os países envolvidos nessa cooperação precisam adotar medidas, como, por exemplo, eliminar gradualmente o carvão na produção de energia, já que esse mineral é um dos maiores poluidores. Além disso, será preciso investir em energias renováveis e eliminar o desmatamento, entre outras ações. Contudo, para que todas as metas sejam cumpridas, é fundamental a ajuda dos países desenvolvidos, que prometeram 100 bilhões de dólares por ano para o financiamento climático.

Fotos: Alex Reipert

 

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